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Mostrando postagens de novembro, 2015

O tempo de perguntas e respostas que não chegam. Continuamos perguntando?

Sempre buscando uma resposta lá vamos nós procurar os nossos amigos livros. Inquietos que somos queremos sempre responder, da melhor maneira e acertar sempre. Silenciosos, os livros nos respondem. Mas, nos pedem paciência para ouvi-los. E a situação se complica porque temos que responder emails, fazer compras, chegar na hora certa no consultório do médico, ir naquela festa imperdível mesmo que a nossa cabeça esteja se perdendo de tanto trabalho acumulado, temos que ir à academia, acordar cedo, fingir que está tudo bem enquanto o mundo desaba, ver televisão... temos isso, temos aquilo. Temos mesmo? Nos pergunta o texto. Por que o silêncio nos assusta tanto? Será que a nossa voz não é bonita? Será que a pergunta vai nos fazer mudar de rumo? Mas, que rumo é esse? É o meu ou é o do mundo? Viramos a página e queremos mais. Queremos a fórmula mágica, a receita de bolo de felicidade que nos conduza ao tal rumo indicado como o bom, o ideal, o perfeito. Tudo prontinho para usar. E nada diss

Partidas

O que aprendi com os animais Aqui estou com minha amiga Megan, na Escócia. Durante o tempo em que lá estive Megan foi uma companheira ímpar. Dormiu em frente ao meu quarto todos os dias da minha estadia. Quando eu ia correr ela me acompanhava até determinado ponto e depois me aguardava próxima à estrada, com um olhar que tentei descrever várias vezes, mas sempre me pareceu difícil pela complexidade do que eu sentia: era algo como um reconhecimento, agradecimento, carinho, companheirismo... um olhar que somente os animais possuem. O escritor escocês Robert Louis Stevenson disse que “ o melhor que podemos achar em nossas viagens é um amigo honesto ”. E assim foi também em outros lugares do mundo por onde passei. Ontem, pela manhã vi um homem em Copacabana empurrando uma cadeira de rodas com o seu cachorro sentado. Ele tentava desviar de alguns buracos que a calçada possui e olhava seu animal com ternura. Logo me lembrei de Kyra, minha linda setter irlandês que se

Como dizia Khalil Gibran, "a simplicidade é o último degrau da sabedoria."

Em meu livro Uma Ponte Para Você (Multifoco 2014) eu falo sobre como alguns acontecimentos conseguiram alterar rotas, mudar o meu modo de ver a vida e o meu jeito de me posicionar diante dela.O desejo de carregar objetos que sustentavam a minha identidade em algumas viagens nem sempre confirmaram a real necessidade desse gesto. Eu queria levar o mundo em minhas malas para chegar nos lugares com algo nas mãos esquecendo que devemos viajar de mãos vazias para acolher o novo. Como dizia Khalil Gibran, "a simplicidade é o último degrau da sabedoria." Minha casa na Itália parecia um Museu da Memória. Quando um projeto terminava eu trazia mil lembranças que ficavam decorando o ambiente por um tempo. Quando eu devia partir novamente cobria tudo com lençóis e lá ia eu de novo para outro país, com outra língua, clima, cultura. Um exercício constante de recomeços que serviram para admirar a leveza.  Ainda estou no processo de aprendizado. Continuo tentando viajar leve e

“Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.” - Cora Coralina

“Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça", já dizia a nossa querida Cora Coralina. Como recriar a vida se não temos nem tempo para viver direito? Esse foi o questionamento de uma pessoa outro dia. O que significa viver para você? Devolvi a pergunta com outra indagação. E a pessoa se confundiu. E depois quis saber mais. Usar trechos de livros, poemas e reportagens pode ter um efeito balsâmico em nossas existências apressadas. Nesses tempos de pedras e rosas encontrar um sinal positivo é fundamental. Existe um apelo constante para nos fundirmos com as mazelas da nossa sociedade em detrimento do que nos eleva. O trabalho do escritor é observar esses movimentos, sem avaliações. Recomeçar pode ser difícil demais se não temos consciência da dor.  Se não entendermos o que é real e o que desejam que acreditemos. Se pegarmos essa dor em nossas mãos, conversarmos com ela e aprendermos com o que estamos v

Bosco Brasil: "A pesquisa não deve comandar a imaginação"

Ontem, sábado sete de novembro, tivemos o encontro com o dramaturgo e escritor Bosco Brasil, no Sesi Cultural do Rio de Janeiro.  Foi um bálsamo para a manhã chuvosa e quem não participou realmente perdeu um grande momento de aprendizado. Vale dizer que o Sesi Cultural tem esse diferencial: alimentar os projetos que já foram concluídos com encontros de qualidade. Desse modo garante-se a continuidade. A crítica que faço é que não adianta termos esses momentos se não participarmos. A participação é contribuição efetiva. É um dar e receber contínuo. Bosco chegou quieto, tranquilo. Subiu ao palco com leveza, cumprimentou o condutor Antenor Neto e nos envolveu com a sua estória e conhecimento, cativando-nos com o seu discurso. Eu teria ficado a tarde toda aprendendo com ele. Ouvir e conversar com pessoas que tem a escrita como ofício é sempre um momento de descoberta. Estamos sempre em construção. Bosco Brasil é um dos grandes autores de teatro e roteiristas de novela

Viajantes do tempo entre palavras e emoções.

Segundo a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children’s Reading Found) as crianças de 0 a 5 anos, que passam os anos ouvindo estórias infantis e folheando livros aumentará a sua familiaridade com a escrita, com a grafia e até com a renda futura. Livros são bons companheiros. Eles nos fazem respirar fundo e olhar para a mesma situação de maneira diferente. Todas as situações possuem nuances e vê-las sempre do mesmo modo não nos garante a visão total. O conhecimento vai iluminando o nosso pensamento, a cada dia, sempre mais. Leitura é bom para a cabeça e deixa o agir diferente, original, se meditarmos sobre o que vamos lendo, se fizermos conexões. A ideia do dia é ter o nosso cantinho de leitura em casa. Um santuário para a nossa meditação. Em contato com as tramas vamos despertando para as nossas. E lá vamos nós! Viajantes do tempo entre palavras e emoções.