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Mostrando postagens de março, 2015

Dica de leitura - Carlos Heitor Cony - A Tarde da Sua Ausência

Os livros do Cony sempre me fazem bem porque ele escreve de uma maneira aparentemente simples e consegue nos levar para um universo profundo das reflexões sobre o amor, as relações familiares além de nos dar uma aula de História. Nesse livro, em particular, os personagens são pessoas como nós e a ausência de perfeição reforça as nossas limitações. "Com Dalva, a relação era de indiferença. Os dez anos que as separavam não criaram recordações comuns de infância. Quando se tornou moça, a irmã já estava casada e logo seria mãe. Dalva não chegava a ser uma estranha para ela, mas Vera era uma estranha para a irmã, assim como era para os outros." "O regresso de Vera reabria a ferida parcialmente fechada (...)" Na trama temos os novos ricos que populavam Ipanema e a relação dessas famílias com o dinheiro. Depois vem o declínio econômico e afetivo para alguns. Uma boa dica de presente. É um daqueles livros que você pede para ninguém falar contigo e o celu

Comece o dia consigo mesmo

Caro leitor, bom dia! Hoje o convite é para começar o dia com você mesmo. O dia já começou há algumas horas mas eu insisto em dizer que estamos sempre diante do novo, de novas possibilidades. Você me dirá: "Mas é claro que começo o dia comigo mesmo!" Será que começa mesmo?  Antes de responder a essa pergunta, reflita sobre os atos que repetimos a cada manhã. O novo dia é sempre uma oportunidade a mais para que possamos nos melhorar, vencer, lutar, encerrar algo, começar um novo desafio, enfim, um novo dia é a esperança em ação. Comece o dia olhando-se no espelho. Se a imagem não for nítida, insista em melhorar a resolução. Cuide de si, seja seu maior fã e faça um up grade. Haverá sempre um apelo para que você se deixe da lado mas resista. Nessas coisas a gente não depende de ninguém. Comece o dia consigo mesmo, seja seu melhor amigo. Sinta o banho quente ou frio, escove os dentes sentindo o frescor do creme dental e sorva o seu café da manhã lentamente. Peg

"" A vantagem de viajar sem um destino certo é que você nunca fica perdido."

Sentir-se perdido é uma das sensações mais comuns para muitas pessoas enquanto outras simplesmente vão adiante sem pensar muito sobre o próprio agir. Cada um de nós encontra uma maneira de se sentir forte e conduzir o próprio barco. A viagem sem destino figurativa é menos interessante do que viajar sem destino pelo mundo, desejando se perder para se reencontrar. Quando eu trabalhava como  guia de turismo internacional eu costumava dizer aos meus passageiros que eles estavam começando aquela viagem comigo mas com uma condição: deixar para trás o melhor lugar do mundo, a nossa casa, o nosso lar, com as nossas certezas, os nossos cantinhos favoritos, a nossa cama, o nosso travesseiro especial, enfim... viajar é ir em buscar do desconhecido. Mas tudo é passageiro. É um ensaio para uma possível mudança.  Portanto, se o hotel for pequeno ou grande demais, ele será o nosso ambiente durante um período limitado. Quem procura certezas será um viajante infeliz porque nem tudo numa viage

Insistência ou persistência?

"Insistência é repetir o que deu errado. Persistência é repetir o que é certo." M. Bezerra Sonhos devem ser sonhos. Se o nosso sonho se tornou um pesadelo, do qual não desistimos porque precisamos manter a nossa palavra, estamos diante de uma grande cilada. Energia assim não faz mover o ar. Abra a janela do quarto fechado e respire fundo. Dá para arrumar essa casa ainda ou é melhor criar um novo espaço onde os sonhos possam se tornar realidade e não insistência vã?

Da estante para a mente

Na estante da biblioteca dois títulos me chamaram a atenção diante da miríade de criações. No texto infantil um coelhinho se aborrece com a irmã e sai em busca de espaço no meio da noite. Ele encontra o que deseja mas fica sozinho. Desespera-se desejando a situação anterior que, embora desconfortável,  lhe dava segurança. No livro de Cora Coralina me senti na terra dela com a riqueza de detalhes das descrições,  sotaques e modos de dizer. A leitura é una viagem que nos faz encontrar personagens e situações parecidas e diferentes da nossa realidade.  Uma descoberta sem fim das grandezas e finitudes da vida. Tira o livro da estante e boa viagem!

O limite é a sua imaginação

Superar os próprios limites é um exercício tão construtivo que  nos recompensa com dois achados: descobrimos algo em nós que não conhecíamos antes e direcionados a nossa energia para algo interno. O que você precisa vencer em si mesmo? Por que? Para quem? A trajetória não deve ser definida por forças externas. Acredite: o li mite é você, é a sua imaginação.

Eu menino e dona Bilú

Eu ainda era menino e não sabia nada sobre a luta de algumas pessoas para sobreviver e levar adiante os próprios sonhos. Naquele tempo a nossa pobreza era como os bolos de Dona Bilú: perfumados e saborosos. Não se sofria porque não tinha isso ou aquilo. Tínhamos tudo em nossas vidas: as cordas que meu tio da Marinha nos trazia para pularmos com as meninas de Dona Filó, a costureira; as estórias de vovó que era a líder da rua e os bolos de Dona Bilú. O nosso sorriso ficava mais largo quando, nos finais de semana, vovó ia visitar a amiga Bilú. A casa era simples, de chão batido. As roupas tinham um cheiro de sabão que meus produtos atuais não conseguem reproduzir hoje, quadros de antepassados, uma vida em preto em branco que desfilava sob o móvel de madeira escura da sala. Aquele era o móvel mais imponente daquele ambiente simples. Vovó sempre o elogiava. Ela dizia que ele havia sido dado de presente, no passado, por uma ex-patroa de Dona Bilú. O verdadeiro nome da minha querida Dona Bi

O que realmente eu posso mudar?

Depois das manifestações contra o governo no Brasil fiquei refletindo sobre o que realmente posso fazer para mudar. A primeira coisa que me vem em mente é lutar contra a república do medo que se instaura silenciosamente em nossas vidas nos fazendo nos sentir um super herói ao atravessarmos uma rua escura no meio da noite, ou parar para dar informações a alguém. Gestos assim viraram atos de coragem ou de inconsequência Não nascemos para viver assim. Uma pessoa que tente entrar em minha casa no meio da noite pode ser um ladrão sim mas pode ser alguém que precisa de ajuda, que não esteja encontrando a chave e pede socorro. O medo se instaura de tal maneira em nós que o gesto de defesa desencadeia uma reação instintiva e agimos por impulso sem pensar. Outro dia, alguém matou o próprio parente desse modo por confundi-lo com um ladrão. Outra pessoa foi assaltada e ficou sem o carro numa via expressa e morreu confundida por uma pessoal do mal.  Estamos reagindo. Tudo bem, não vamos nos arris

Desenhe as suas idéias e crie um quadro de emoções

O artista dá forma ao conteúdo que traz em mente. Plasmar os pensamentos é um exercício interesse.  Você pode repetir a forma e ela virá sempre diferente assim como nós. O artista plástico "escreve" na matéria.  Bom domingo!

Coisas do Brasil

Nos anos das manifestações contra Collor eu morava na Europa e não pude participar dos movimentos.  Hoje vivi um momento importante: o fim da paciência de um povo. Um povo que está amadurecendo e buscando justiça. Participei da passeata de Copacabana após a corrida do Circuito Light Rio Antigo.  Não foi como a de Sampa mas teve qualidade.  Vi crianças,  idosos,  animais e famílias reunidas num só interesse.  Estamos escrevendo a nossa história.  Estamos testando a nossa força e poderes.  Isso é muito bom. Enquanto isso, o outono passa despercebido nas calçadas de Copacabana.  Nossos olhares estavam no futuro e  a distração está mais do que justificada.