Estamos concluindo uma reforma lá em casa. A convivência com a bagunça é leve porque uma new house já ganha nova forma. Caixas, caixinhas, bolsas, bolsinhas, tudo repleto de coisas que usamos de vez em quando. A gente vai acumulando “gordura material” ao longo do tempo, como se fossemos um “Tio Patinhas” de bugigangas. Minha alma de escritora me leva sempre a refletir sobre as mínimas coisas, até quando arrumo o meu espaço caseiro eu busco algo que possa servir aos meus leitores. Nós escritores temos esse compromisso com voces. E dessa vez, o tema surgiu da forma dos objetos que eu arrumava. O momento me remeteu ao passado, quando eu morava em Torino, na Itália. Eu atuava como “ mediatrice culturale ”, mediadora cultural, uma figura profissional, diplomada pela agência competente local, que servia de traço de união entre as diferenças culturais dos imigrantes e o Estado italiano. Naquele então a imigração brasileira não era tão volumosa em minha cidade e acabei atuando em
Uma escritora que ama a fotografia e a fotoliteratura.