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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Sobre a mania de ter razão

Observando a foto de um detalhe de uma colcha de retalhos de minha mãe, comecei a refletir sobre as conexões que fazemos  em nosso cotidiano. Somos como esses pedacinhos de tecidos. Temos a nossa forma e cor e estamos unidos aos demais por linhas tênues.  Na colcha esse conjunto cria uma harmonia perfeita e visualmente atraente. Em nossa convivência habitual esses contrastes não se unem facilmente. E, quando se unem repentinamente, quase sempre, se dissolvem na mesma velocidade. Queremos ter a beleza das cores, mas não queremos nos deixar cortar. Se precisarmos aparar um ângulo de nossos cantinhos para nos moldarmos a outras formas nem sempre conseguiremos fazer isso de modo tranquilo. Não somos tecidos, portanto, não conseguimos nos moldar a nada sem o pensamento. Por isso o conflito emerge desses momentos. O conflito em si não é negativo. Graças aos conflitos conseguimos evoluir em muitos setores da nossa existência. Procurá-los sem uma razão é que deixa o sabor da vida ensoss

Cuidar bem do coração e das escolhas... não garante felicidade, mas nos livra dos precipícios.

  O coração voa despedaçado sem entender o motivo das feridas.  As perguntas se confundem com as respostas porque é difícil perguntar.  Assim vai o homem em busca de si mesmo, tenteando entre as indagações. O caminho do tempo lembra que as horas escoam mesmo antes da mente totalizar o real. O dia é comprido, as horas são longas e os erros deixam marcas que criam sulcos na alma. Ser humano é isso. Ora a felicidade inunda o coração, ora o sofrimento o punge. Ter consciência do dualismo não alivia a dor. Mas a dor compreendida é oásis. A dor perdida é aquela que nos leva em queda livre para o abismo da alma. Não há consciência. O instinto é a guia certeira e o flagelo da alma é a reta final. Cuidar bem do coração e das escolhas... não garante felicidade, mas nos livra dos precipícios. Bom final de semana leitores!

Mudança de olhar - Quem não mudar irá sucumbir porque para até para sobreviver a gente precisa saber o que vale a pena.

Houve um tempo em que tomei a decisão de não mais me conectar com pessoas e situações que de alguma forma não me acrescentavam nada ou muito pouco. Com o passar dos anos essa decisão virou um hábito e já nem me recordo mais quando decidi estabelecer essa escolha. É um detox constante, emocional e material que faço com frequência sempre com muito cuidado para não calcar a mão com força extrema e tão pouco ser condescendente com o que não me convém. Anos depois, percebi que tudo na vida, de algum modo, contribui para a nossa evolução. Até o indesejável. É com o que não desejo que reforço a minha predileção pelo positivo. Mas o que eu chamo de positivo pode ser negativo ou insignificante para alguém. E como fazer isso? A questão do olhar está ligado ao modo como vemos as coisas e com o modo pelo qual permitimos que elas nos afetem. Aquela pessoa que grita, que condena, que julga sem ter os fatos, que inveja, que destrói,  pode me lembrar o valor da paciência. As escolhas não

Camões é sempre atual!

Amor é fogo que arde sem se ver Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?                             Luís de Camões
Queridos amigos e leitores, voces estão convidados para me encontrarem na Bienal do Livro em São Paulo, no segundo semestre de 2016. A data, o horário e o local serão divulgados mais adiante. Estarei no stand da minha editora, Multifoco, que é uma editora que investe na Cultura. Como voces sabem estou concluindo um novo livro. Por isso durante os últimos meses eu tenho me dedicado a publicar poemas e algumas reflexões aqui e em meu Facebook para não perder o foco na nova trama. Um novo livro é como um filho: requer atenção e amor. Um grande abraço para todos voces!

Não ser nada para ninguém antes de ser algo para si mesmo. Talvez esse caminho nos leve à dor. Mas é uma dor libertadora. - Nivea Oliveira

Buscamos a rima perfeita, a rima certa, tudo certo... e nem sempre isso ocorre. Por que tanta vontade de acertar? Por que não temos vontade de simplesmente existir? O esforço em acertar nos distancia do jogo, nos deixa hipnotizados pelo resultado. Existência é outra coisa: é ser leve, olhar nos olhos, dizer bom dia com o coração e não por convenção. A propósito de convenção... As conexões que fazemos com o imaginário aguçam a nossa mania de estar certo o tempo todo. Somos seres especiais, diferentes, originais.  Por que buscar o sofrimento das situações que não evoluem? Por que se cristalizar como água parada numa poça esquecida? Por que não perguntar mil vezes por que isso e aquilo? Dúvidas são milagrosas, elas abrem os caminhos das mentes inquietas. Não ser nada para ninguém antes de ser algo para si mesmo. Talvez esse caminho nos leve à dor. Mas é uma dor libertadora.  Estar certo é só estar certo. Amor, liberdade e evolução são parte de uma estrada a ser percorri

As propostas de janeiro e os limites que definimos

A semana começará novamente. O ciclo se repete e nós vamos adiante modificados pelos acontecimentos, leituras, reflexões. O tempo nos clama para definirmos um novo ano a partir dos nossos sonhos. Estamos no início de um novo ano!!  Geralmente o mês de janeiro é sempre um mês carregado de boas intenções. Ainda estamos sob a atmosfera dos fogos de artifício que queimaram o que não queríamos mais e com o desejo do novo, do que estar por vir. Desejamos o novo mas quase sempre não queremos pagar o preço que ele possui. Outro dia estava numa aula de dança na academia que frequento quando me deparei com uma situação interessante. Vocês sabem que amo correr. Os outros exercícios que faço ajudam-me a melhorar a minha performance e, sobretudo, a minha mente. Não fazemos exercícios somente com o corpo. Voltando à situação: eu me deleitava com a bela aula de dança do meu professor quando uma senhora ao meu lado disse-me que eu estava invadindo o seu espaço. Ela fez menção ao q

O tempo de Clarice - uma escolha de felicidade

" O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. Então — para que eu não seja engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa — cultivo um certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto. E cultivo também o vazio silêncio da eternidade da espécie. Quero viver muitos minutos num só minuto.” Clarice Lispector Essa noite ao sair do teatro do Sesi, no Centro do Rio, eu  tive vontade de reler Clarice e me permitir viver esse tempo que escoa das nossas mãos diariamente com mais calma e lucidez. Sobretudo de definir em primeira pessoa o meu tempo. Lembrei-me que quando cursava Letras sempre tinha uma poesia em minha bolsa. Eram folhas de papel que eram deixadas por mim para me recordarem de que a palavra é força. Era um mantra pessoal contra o tédio e a mesmice. A palavra para o poeta é um diamante que precisa ser lapidado a todo instante. Quem quer diamantes prontos não será nunca um poeta. Imersa nessa emoção pr

Podemos começar do início, do meio e até do fim. É imperativo, porém,começar com o que somos. Dor de crescimento é para ser enfrentada se olhando no espelho e não nos olhos de outra pessoa que talvez nos encante mas não nos ajudará a sermos a melhor versão de nós mesmos.

Se a sua vida fosse uma partitura qual seria o seu estilo? Quais notas predominariam em seu viver? Todo início de trajetória deveria começar com questionamentos para que o fundamento da nossa caminhada possa ser pautada também em fatos reais. Não adianta se comprometer com o que não damos conta. O sonho é interno mas o palco está aqui, diante de nós, com outras pessoas que pensam de modo diferente. O nosso cotidiano nos impele também a momentos de desânimos, resfriados, incompreensões, calúnias, problemas de várias ordens, descobertas não muito agradáveis... enfim.... a vida não sabe dos nossos propósitos. Nós é que temos que conhecê-los bem para ficarmos firme na condução do volante da existência. A viagem é longa. Os os dias são curtos. Se a nossa lista de desejos estiver muito grande podemos dividi-la em duas partes para termos mais chances de fazer tudo o que desejamos.  Se for pequena demais, vamos ampliar os horizontes porque afinal, merecemos. Ao começar