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As propostas de janeiro e os limites que definimos













A semana começará novamente. O ciclo se repete e nós vamos adiante modificados pelos acontecimentos, leituras, reflexões. O tempo nos clama para definirmos um novo ano a partir dos nossos sonhos. Estamos no início de um novo ano!!  Geralmente o mês de janeiro é sempre um mês carregado de boas intenções. Ainda estamos sob a atmosfera dos fogos de artifício que queimaram o que não queríamos mais e com o desejo do novo, do que estar por vir. Desejamos o novo mas quase sempre não queremos pagar o preço que ele possui.

Outro dia estava numa aula de dança na academia que frequento quando me deparei com uma situação interessante. Vocês sabem que amo correr. Os outros exercícios que faço ajudam-me a melhorar a minha performance e, sobretudo, a minha mente. Não fazemos exercícios somente com o corpo. Voltando à situação: eu me deleitava com a bela aula de dança do meu professor quando uma senhora ao meu lado disse-me que eu estava invadindo o seu espaço. Ela fez menção ao quadrado no qual ela costuma dançar. Ao olhar para o chão vi que não existe uma marcação definida. Ela me respondeu que é um limite imaginário e que ela chega cedinho para dançar sempre naquele lugar. Tudo estava explicado! A mente da minha colega da aula de dança elegeu um lugar para ficar. Até na aula de dança. Um universo pequenino demais para mim. Pedi desculpas e fui para o outro lado da sala, bem longe de vibrações dessa natureza. Minha alma escritora usa esses repentes para a reflexão.
Esse ano quero ampliar e não delimitar e, definitivamente, quero envelhecer de outra maneira: sem espaços imaginários.  Eu não quero precisar, eu quero escolher. Se preciso sempre minhas escolhas são dependências. Se escolho, posso não ter o que desejo mas tenho a liberdade de ser. O jogo não está em ganhar e perder e viver tudo como se fosse nosso.

Meu janeiro vai ser pautado nessa direção: me amar sem linhas imaginárias e poder decidir o que é melhor para mim, dançando nessa estrada maravilhosa da vida!

Bom domingo leitores!

Nivea Oliveira 

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