Maison de la Parole NiveaOliveira

E vem chegando 2017! Mais uma possibilidade para escrever novas páginas de vida, deixar para trás o que não deu certo e tentar distinguir entre teimosia e perseverança. Teimosia é ir adiante com garra. Tanta garra que às vezes a gente nem se dá conta de que não vale mais a pena insistir naquele propósito. Perseverança é ir adiante com vontade de vencer também, mas com a consciência de que a luta ainda tem um valor. Ambas são valiosas e, dependendo do caso, precisamos dessas duas qualidades para dar conta do tranco. Estamos aguardando o Ano Novo para virar a página. Alguns estão passando por essa data enfrentando perdas difíceis. Nesses momentos não conseguimos ser nem teimosos nem perseverantes. Um ombro amigo e alguém que enxugue as nossas lágrimas nesses momentos é tudo de tudo. E toda dor parece que dói mais nessas datas festivas não é? Deixo para todos nós um trecho de uma canção que gosto muito. Ela é antiga, mas a letra é tão bonita e atual. Um bálsamo carregado de e

Desejo a voces leitores e amigos um Feliz Natal e Um lindo Ano Novo. Esse ano foi desafiador para todos nós porém precisamos continuar realizando, acreditando, sonhando e modificando. São verbos que nos incitam a sair da inércia. A crise existe para nos modificar. Estou preparando um novo livro para 2017.  Obrigada pelas mensagens de carinho e pelas dicas de leitura. Vamos continuar olhando para frente e fazer a nossa parte.  Nivea Oliveira

Quando Rafael Cal e Fabricio Moser me falaram sobre a peça Laura, que ficou em cartaz até ontem, domingo 18/12/16, no teatro Sergio Porto no Humaitá, no Rio de Janeiro, fiquei curiosa. Interessou-me logo o tema central do texto: o resgate da memória.  Laura é uma peça comovente, sensorial, cujo texto é ancorado na memória da avó do protagonista. A busca por aquela avó que ele não conheceu e que tenta reconstruir, com o coração e arte, através de viagens, entrevistas e fotografias. O tecelão Fabricio nos envolve com um longo abraço e logo estamos dentro do texto. A busca da imagem da avó dele nos remete aos meandros das  nossas lembranças pessoais. O público participa, se comove e ao final da peça todo mundo quer conversar com Fabricio. O palco é intimista, o texto lindo de viver! Quem conhece da onde vem tem mais pistas sobre o próprio caminhar e escolhas. Laura era do Sul do Brasil, uma terra que conheço muito bem. Seu fim foi trágico. Mas, Fabricio toma nas nãos a própria d

Nem tudo na vida se resolve com a leitura somente, sabemos disso. Porém, a leitura suscita a reflexão para todos os males e para todo o bem desse mundo. É que a gente vive no mundo externo tentando encaixá-lo no nosso mundo interior, ou buscando o contrário. E aí tudo fica possível e impossível ao mesmo tempo porque as estradas se fazem de acordo com os motoristas. Viver nessa corda bamba sem perder a cabeça é um desafio diário e quando vencemos alguma situação, nem sempre ganhamos medalhas como nas competições de corrida que faço. Estou lendo Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, de Zygmunt Bauman. Não tem fórmula para ser feliz, mas tem uma interessante abordagem para os nossos tempos de relacionamentos. Particularmente, prefiro perguntas às respostas. A gente tenta manter um padrão de relacionamento e a vida nos mostra outro. Antes a gente “ia com o milho e alguém voltava com a pipoca”,. Hoje, em alguns casos, o outro não volta mais com a pipoca e a g

"Somos donos dos nossos atos mas não donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos mas não pelo que sentimos. Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos. Atos são pássaros engaiolados. Sentimentos são pássaros em voo." Rubens Alves

Sabe aquele medo de mudar que nos faz desistir das coisas antes mesmos de lutar por elas? Pois é, é assim com todos nós. Somos humanos e não nascemos prontos. Vamos respirar com calma e conversar com esse sentimento. Nada como conhecer o que nos aflige.. De um modo geral, a situação apavorante continua a mesma, mas a gente não. O que seria da gente sem a mudança? Ótimo final de semana amigos e leitores! E, vamos adiante, com medo e tudo porque nem tudo está perdido e a nossa vida é assunto nosso e não vale a pena colocar a nossa felicidade como dependente dos demais. Nivea Oliveira

Um domingo pleno de leituras! De livros, de pensamentos, de pessoas... é uma viagem linda em todos os casos. Nivea Oliveira

Se dizer algo é muito difícil, vamos tentar demonstrar? Durante esse final de semana que tal buscarmos a nossa palavra e a dizê-la. Em voz alta ou murmurando, a nossa palavra é a nossa voz. É cada um de nós tentando se melhorar e acompanhar o canto do outro numa harmonia. Para acompanhar o outro é preciso ter voz própria. Vamos nos ouvir? Bom final de semana amigos e leitores!

Dizem que os pássaros criados em gaiolas acreditam que voar é uma doença perigosa. Para aqueles que não podem sair das gaiolas onde estão, voe com o pensamento. " O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar." Tem sempre uma solução! Bom final de semana amigos e leitores!

Algumas vezes confundimos o viver consigo mesmo com o estar sozinho. Não vale terceirizar felicidade porque o nosso coração vale ouro. O estar bem consigo mesmo é uma descoberta às vezes dolorosa, mas você verá a sua alma como ela é e isso te aproxima da felicidade. Vamos desembaçar o vidro e olhar para dentro de nós? Talvez você se surpreenda e descubra que a solidão nasce de outros fatores. Bom dia amigos e leitores! Nivea Oliveira

"Deixe as águas se assentarem; você verá as estrelas e a lua espelhadas no seu Ser." Rumi

Observe cada recomeço. Em cada tentativa usamos parte da nossa emergia pessoal. Faça isso por você primeiro. A nossa vida precisa ter vida para que possamos compartilhar com os demais um pouco do que somos. Boa semana amigos e leitores.

As palavras nos revelam, mas elas também podem nos esconder. Qual é tua palavra? Qual é o teu mote interior? Questionar também é dizer. Procure o que te encanta. Cuide da tua palavra porque ela te define nas revelações e nos esconderijos da alma. Bom final de semana amigos e leitores!

Crescemos ouvindo dizer que devemos gerar resultados sempre. Desde a boa nota na escola até o casamento dos sonhos. O que fazer entre um resultado e outro durante o tempo sem vitórias e de espera? E se os nossos sonhos são diferentes do desejo dos outros? O meio tempo é o tempo do crescimento. E crescer é mais do que um resultado. Talvez o ideal seja desistir de tirar sempre uma nota dez em tudo. Será possível mesmo isso? Às vezes nos basta dizer: “Eu existo, mesmo tirando cinco". Prefiro ser um cinco feliz do que um dez exausto." Nivea Oliveira

A 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo começa no dia 26 de agosto, sexta-feira, e vai até o dia 4 de setembro, domingo. A feira, a maior sobre literatura do país, contará com mais de 200 expositores. Nívea Oliveira , autora de "Viajantes do tempo" , estará na Multifoco , no estande O 065, 27 de agosto, sábado, às 21h . Lançado em 2016, pelo selo Mil Palavras, seu livro conta a história de um homem que se tornou fazendeiro por acaso e desejava ter um filho que conduzisse os trabalhos em suas terras. Ele ganhou a propriedade, mas não tinha a nobreza no sangue. Deparou-se então com o desafio de sustentar quatro filhas com personalidades bem diferentes e uma esposa que carregava um segredo consigo. Em Viajantes do tempo, você, leitor, também irá fazer uma viagem. Temos como cenário o interior do Nordeste do Brasil nos anos cinquenta. A vida sem celulares, sem luz elétrica, sem a pressa habitual do nosso cotidiano. O protagonista principal é o tempo que tudo

"Olha, Entre um pingo e outro A chuva não molha." Millôr Fernandes

A gente precisa de felicidade para enfrentar o seu oposto diariamente. Criar um projeto de vida pautado no positivo não nos afasta das intempéries, mas garante um boa dose de endorfina para acolher o cotidiano sem lamentações. Se a lamentação for seguida de ação (lamenta – ação) o resultado vai ser diferente. Coisas assim depende somente de nós mesmos. Boa semana amigos e leitores! es!

Há tempos atrás, durante uma caminhada matinal, numa cidade fora do Rio, deparei-me com ele. Sentado sob um banquinho de madeira, um meigo cãozinho olhava-me com ternura. Um novo personagem para o meu livro?  Precisamos fazer um acordo com a pressa e nos permitir ver. O nosso olhar modifica o ambiente. Assim é a vida do escritor. Andar distraído e se surpreender. E, em cada surpresa, buscar uma nova estória. Em meu próximo livro ele estará lá. Me parece justo, não é? Nivea Oliveira - 22h58 - Copacabana

Era um tempo assim: colorido, infinito e pleno de sorrisos. Não contávamos as horas, o compromisso era com a felicidade de viver.  A meninice não vive de prazos. Era o tempo da pureza e das construções de amizade. Laços forte costurados com o coração. A vida era um caderno de 100 folhas. Cem era um número infinito para todos nós. Era um tempo de simplicidade. Os conflitos? Eles eram resolvidos com o ficar de mal e ficar de bem de novo. Era o início das raízes. Os centavos eram dinheiro bastante porque as balas e os doces tinham um valor possível e o nosso universo era de açúcar. Era um tempo regido pela palavra recreio e pela nossa corrida, após o sinal soar, para pegar a  única mesa de ping pong da escola e jogar até o final do intervalo. Não tínhamos nem a rede na mesa de ping pong . Um tronco de madeira fazia o seu papel de dividir o campo. E fazia isso muito bem porque o problema não era não ter certas coisas. O problema? Talvez a gente nem soubesse ao certo o que era essa palavra

Caros leitores! Aguardo voces na Bienal do Livro, no dia 27 de agosto, no stand Multifoco, das 20 às 22 horas, em São Paulo, para a noite de autógrafos do meu romance mais recente, Viajantes do Tempo. Grande beijo!! Nivea Oliveira

Aí a gente volta no tempo e vê que temos um percurso e que a felicidade pessoal é um território que não deve ser colonizado. Vamos tomar posse do que nos pertence!  Bom dia amigos e leitores!

Uma ponte especial - do livro Uma Ponte Para Você - Nivea Oliveira Os nossos sonhos são como estradas sinuosas que nos conduzem em direção ao novo, ao desconhecido. Durante a minha infância conheci a força que a imaginação tem sobre a realidade, alterando rotas, dando significação a alguns gestos, superando dores... Nesses momentos o que parece ser o apagar das luzes revela-se como uma nova possibilidade, um recomeço. Papai era um homem muito inteligente. Um metro e noventa de ternura e uma linda cor de jambo. Amante da leitura e da escrita, um homem à frente do seu tempo. Não tive tempo de conhecer os seus defeitos. Mas o que fazer? Meu irmão nasceu com a cor de jambo do papai. Minha irmã e eu parecíamos mais pálidas após o nascimento dele. Desgostava-me saber que papai o amaria mais do que a mim devido àquela linda cor que eu não tinha. Disposta a dar um fim à minha angústia, arquitetei um plano para jogar o meu irmãozinho fora, como havia feito com alguns bonecos. Jogar

As nossas escolhas nem sempre serão totalmente felizes. Elas irão se encontrar com alguns muros, inevitavelmente, durante o percurso. Esse não deve ser um motivo para viver sem escolher. Se assim for isso também será uma escolha. O quanto você está perto do que escolheu? Essa escolha é totalmente sua ou é um ajuste pessoal para se adaptar às escolhas dos demais. Quem são os demais? Escolher é assim mesmo. Perde-se sempre algo em prol de outra coisa. Porém o sentimento de perda é maior quando deixo a minha escolha pessoal para ser como os demais esperam que eu seja. Aí o cansaço vira vazio, a rotina não tem cor e os muros são verdadeiras montanhas. Escolhas felizes não são aquelas que estão isentas de sofrimento. Escolhas felizes são aquelas que brotam da nossa alma. Bom domingo amigos e leitores! Nivea Oliveira

Eu e minha mania de perguntar... Somos a moldura do quadro ou a imagem? Somos os dois? O que somos nasce do nosso desejo ou os nossos desejos chegam do exterior, daquilo que é esperado de nós? O importante não é buscar a nossa resposta correta porque a nossa vida é preciosa demais para se tornar uma corrida ao certo. Talvez a busca seja válida porque essa energia que se renova todas as manhãs e nos faz olhar para dentro de nós nem sempre está certa, mas está aqui dentro, conosco. Buscar o essencial, o que somos, mesmo que isso não seja o que todos estão fazendo. Desejo um bom final de semana com muitas perguntas, risos e felicidade! Nivea Oliveira / Maison De La Parole Nivea Oliveira

Bom dia com Mario Sergio Cortella e Paulo Freire: “Como insistia o inesquecível Paulo Freire, não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é assim mesmo… Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem… Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E, se há algo que Paulo Freire fez o tempo todo, foi incendiar a nossa urgência de esperanças

Queridos amigos e leitores, Compartilho o capítulo "Bibiana Francisca - uma questão de hora" , do meu livro Viajantes do Tempo. Uma leitora me escreveu dizendo que se emocionou muito com a personagem Tatá que está fazendo sucesso, juntamente com o cabo Gomes e o cão Bibiana Francisca e me perguntou se eu não poderia divulgá-lo. Aí vai! Boa leitura! Bibiana Francisca – uma questão de honra Tatá deixou o cabriolet próximo à praça. Desceu com cuidado e depois pegou no colo Bibiana Francisca, sua fêmea vira lata, que estava muito pesada.  Tatá caminhava debaixo do sol das duas da tarde, rasgando um pedaço de pão com a fome das moléstias do cachorro enquanto observava as casas. Ela não havia almoçado. Naquele horário, na cidade de Cajueiros, algumas famílias deixavam as janelas de casa fechadas para manter o ar fresco da manhã que brigava com o vento quente da tarde, que vinha de longe, trazendo poeira e mais calor. O corpo ficava grudado de suor e terra e