Nos anos das manifestações contra Collor eu morava na Europa e não pude participar dos movimentos. Hoje vivi um momento importante: o fim da paciência de um povo. Um povo que está amadurecendo e buscando justiça. Participei da passeata de Copacabana após a corrida do Circuito Light Rio Antigo. Não foi como a de Sampa mas teve qualidade. Vi crianças, idosos, animais e famílias reunidas num só interesse. Estamos escrevendo a nossa história. Estamos testando a nossa força e poderes. Isso é muito bom. Enquanto isso, o outono passa despercebido nas calçadas de Copacabana. Nossos olhares estavam no futuro e a distração está mais do que justificada.
Bom dia com Mario Sergio Cortella e Paulo Freire: “Como insistia o inesquecível Paulo Freire, não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem alternativa, que a vida é assim mesmo… Violência? O que posso fazer? Espero que termine… Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam… Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam… Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem… Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E, se há algo que Paulo Freire fez o tempo todo, foi incendiar a nossa urgência de esperanças
Comentários
Postar um comentário